Dr. Karam Abou Saab, Médico Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana e considerado um dos pioneiros em Reprodução Humana Assistida no Brasil lança seu livro sobre fertilidade desenhando um mundo no qual a mulher é fértil para sempre. Uma ficção que poderá se tornar realidade nos próximos anos.
Um projeto surpreendente, audacioso e até fantasioso, só poderia sair de um espírito inquieto ou uma mente, no mínimo, brilhante. Talvez valha o provérbio “de médico, gênio e de louco, todo mundo tem um pouco”.
O autor, Karam Abou Saab, permite-se fazer elucubrações baseadas em 45 anos dedicados à ginecologia e obstetrícia e principalmente aos mistérios da reprodução humana.
Labutou em todas as áreas da ginecologia obstetrícia. Viveu a reprodução humana desde as primeiras pílulas anticoncepcionais e os diversos DIUs. Viu novas técnicas conceptivas e contraceptivas surgirem e outras, já obsoletas, desaparecerem.
Fez cirurgias tubárias, com próteses, em tentativas heroicas para recuperar a fertilidade. Fez vídeo-laparoscopias repetidas para tentar solucionar endometrioses, aderências, lesões tubárias, muitas vezes desanimadoras pelo mal prognóstico em recuperar a fertilidade.
No ano em que começou a trabalhar em clínica privada, 1978, nascia Louise Brown, na Inglaterra, o primeiro bebê de proveta do mundo. “Vou fazer isto” disse, causando surpresa e espanto nos seus colegas.
Fez concurso para professor da Faculdade Medicina da Universidade Federal do Paraná, onde trabalhou, como professor de reprodução humana, de 1982 até 2018.
Viu nascer Paula Caldeira, em outubro de 1984, São José dos Pinhais/PR, o primeiro bebê de proveta brasileiro, realizado em São Paulo, por profissionais australianos, sob a coordenação do Dr. Milton Nakamura.
Conviveu com o Dr. Nilson Donadio, que afirmava ter realizado fertilização “in vitro”, com sucesso, antes do Dr. Nakamura, mas não divulgou para não causar polêmica, pois trabalhava na Santa casa de São Paulo, estabelecimento administrado por religiosos católicos.
Participou de eventos com Dr. Robert Edwards, o pioneiríssimo da FIV no mundo e Prêmio Nobel em Medicina.
Foi responsável pelo nascimento, em maio de 1986, do primeiro bebê concebido por FIV no Brasil, tornando-se o terceiro médico brasileiro a realizar tal proeza e fazendo do Paraná o segundo Estado a dominar a técnica de fertilização “in vitro”.
Hoje é considerado o primeiro médico em atividade no Brasil a realizar fertilização “in vitro” com sucesso, contabilizando mais que cinco mil gestações obtidas através de reprodução assistida.
Realizou a primeira gestação no Brasil de mulher menopausada com óvulos doados.
Obteve a primeira gestação no Brasil com espermatozoides obtidos punção testicular em homem paraplégico.
Realizou fertilizações “in vitro” quando não existia nenhum equipamento específico para aplicação do método, quando ainda não existia ultrassonografia transvaginal e a coleta de óvulos era realizada por vídeo-laparoscopia. Adaptou estufas, instrumentos e outros utensílios. Fabricava meios de cultivo, eram testados com óvulos e embriões de camundongos e Hamster. Naquela época, os medicamentos indutores da ovulação eram pouco disponíveis e não possuíam a eficácia atual.
Pioneirismo e disposição, são suas características, aliadas à sua responsabilidade e capacidade de estudar, testadas quando foi aprovado no vestibular da Faculdade Medicina Universidade Federal do Paraná, em 1969, classificado em primeiro lugar, aos 16 anos de idade.
Iniciativa, ousadia e audácia, que nem sempre foram bem vistas pelos superiores, chefe de serviço ou donos de hospitais, lhe trouxeram divergência, mas não impediram que encaminhassem seus filhos para o campo da reprodução assistida. Sempre procurou transmitir aos alunos, médicos residentes e colegas, o seu estilo de aventureiro científico e inovador.
Desenvolveu equipamentos cirúrgicos para realizar a primeira reversão de laqueadura tubária, por vídeo-laparoscopia, com sucesso, do mundo, obtendo o primeiro nascimento, em 1991. Recebeu prêmio Raul Palmer, no primeiro Congresso Brasileiro de Cirurgia Laparoscópica, em São Paulo, no ano de 1992. Prêmio entregue pelo presidente do Congresso, Dr. Caio Parente Barbosa, na presença Dr. Kurt Semm, médico alemão, considerado pai da video-laparoscopia moderna e que desenvolveu as primeiras técnicas em cirurgia laparoscópica do mundo. O Dr. Semm cumprimentou-o efusivamente, dizendo à sua assistente, a Dra. Lizellote Mettler: “Viu? Vocês não me deixaram fazer! Ele fez!”
A reversão de laqueadura por vídeo-laparoscopia mereceu um programa Globo Repórter, em Agosto de 1992, provocando um enorme afluxo de casais de todo Brasil, desejosos de recuperar a fertilidade.
Esta cirurgia, embora maravilhosa, é demorada e cansativa, sendo atualmente realizada em muitos serviços com auxílio do robô Da Vinci, o que facilita em muito.
Para atender e realizar até três cirurgias de reversão de laqueadura por dia, o Dr. Karam desenvolveu o Mini-Lap, um afastador que permite realizar a reversão da laqueadura por incisões que variam de 4 a 6 cm, mantendo as características de cirurgia minimamente invasiva. Apresentou os seus resultados no Congresso da Sociedade Americana de Medicina da Reprodução (ASRM), realizado em Toronto, Canadá.
Com esta técnica, em alguns aspectos, também pioneira no mundo, a cirurgia é realizada na metade do tempo, revelando-se mais econômica e com melhores resultados. A paciente tem alta no mesmo dia e volta às atividades habituais em menos de uma semana. Naquela época, ainda em seus primórdios, não existia o robô Da Vinci e, mesmo que existisse, custaria mais de 1 milhão de dólares.
Enquanto chefe do Serviço de reprodução Humana do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, estabeleceu uma parceria entre o Centro Paranaense de Fertilidade e a Universidade, realizando 10 ciclos de fertilização in “vitro” por mês, completamente gratuitos, para casais em tratamento no Hospital de Clinicas. Este programa perdurou durante dois anos e foi reiniciado recentemente, porém, não mais completamente gratuito. Expandiu-se para pacientes de todos os hospitais do Brasil que tenham programa de residência médica.
Projeto cegonha: Dr. Karam mandou confeccionar um balão com 54 m de extensão horizontal, em formato de cegonha, que promove as campanhas “Paternidade e Maternidade Responsáveis”, objetivando evitar gestações indesejadas em adolescentes e advertir às mulheres que não posterguem, sem necessidade, a maternidade demasiadamente, para não se depararem com infertilidade de soluções mais difíceis.
Esta biografia é suficiente para avalizar este livro e afirmar que o Dr. Karam provavelmente não tenha nada de louco, é muito médico e extremamente humano.
Ele é nosso pai.
Karyna B. Saab
Rosaly B. Saab
Médicas especialistas em Reprodução Assistida.
30 de Julho de 2019, das 18:30 às 21:30 na Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel – Av. do Batel, 1868 – Batel, Curitiba.
Página 27, quarto parágrafo: onde se lê “congelando-os para serem transferidos de volta após o procedimento” , leia-se “congelando ou fertilizando-os para serem utilizados posteriormente”.
Página 35, primeiro parágrafo: onde se lê “desconfortos espéculo” leia-se “desconfortos provocados pelo espéculo vaginal”.
Página 68, terceiro parágrafo: onde se lê “por FIV no Brasil” leia-se “por FIV no Paraná”.
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